Vida e carreira de Cazuza!!
02 de Novembro, dia de finados...Dia de prestar homenagem aos nossos entes queridos e àqueles que nos marcaram na arte. Hoje, irei homenagear Cazuza através de sua biografia. Cazuza que nos brindou com tantas letras e canções maravilhosas e que nos deixou muito cedo e bem jovem.
Com vocês, Cazuza!!
Cazuza nasceu Agenor de Miranda Araújo Neto, no dia 4 de abril de 1958, no Rio de Janeiro. O apelido veio de sua ascendência nordestina por parte de pai, pois no Nordeste 'cazuza' significa moleque. E, desde antes de seu nascimento, João Araújo acreditava que o filho que estava por vir seria um menino. Cazuza sempre preferiu o apelido ao nome de batismo, que só foi aceitar quando descobriu que um de seus ídolos, Cartola, também se chamava Agenor.
Quieto e solitário, a infância de Cazuza, passada em colégios caros, foi tranqüila. Foi na adolescência que o gênio rebelde e contestador deu mostras. Sua mãe, Lucinha Araújo, ficou enlouquecida com as diversas noites passadas pelo festeiro Cazuza fora de casa e com o visual hippie que ele adotou.
Em 1976, João, preocupado com o filho, decidiu arrumar um emprego para ele na gravadora Som Livre. Cazuza começou no departamento artístico, fazendo a triagem de fitas de novos cantores, e logo depois passou para a assessoria de imprensa, onde escrevia releases para divulgar os artistas. Mas, certamente, Cazuza não queria continuar sob os cuidados do pai. Decidiu largar o trabalho e ir para os Estados Unidos estudar fotografia na Universidade de Berkeley.
Inquietude dominante
Após a estada de sete meses nos Estados Unidos, Cazuza voltou ao Brasil, sem conseguir encontrar o que realmente queria fazer. Ao chegar ao Rio, decidiu ingressar no curso de teatro do ator Perfeito Fortuna (grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone). Foi na apresentação da peça Pára-quedas do Coração, parte de sua conclusão do curso, que o jovem percebeu do que profundamente gostava: cantar.
A oportunidade de se juntar a um grupo de música surgiu, também, durante as aulas de teatro. O cantor Léo Jaime indicou a Cazuza um grupo de garotos que tocava rock e precisava de um vocalista para completar a banda. Era 1981, os ensaios aconteciam na garagem de um deles, e a voz berrada de Cazuza agradou muito a Roberto Frejat, Dé, Maurício Barros e Guto Goffi. Estava formado o Barão Vermelho.
Os shows começaram em bares e teatros da cidade. Mas uma fita demo do grupo caiu nas mãos de Ezequiel Neves, produtor da Som Livre. Ele gostou tanto do rock irônico da banda que a mostrou ao diretor artístico da gravadora, Guto Graça Mello. A missão dos dois seria convencer João Araújo, presidente da empresa, a produzir o primeiro disco do Barão. João era reticente, com receio de que achassem a produção mero fruto de sua condição de pai do vocalista. Mas, enfim, o páreo foi vencido pelos dois produtores da Som Livre e, em 1982, surgia o primeiro disco, Barão Vermelho.
Bem aceito pelo meio artístico, o trabalho não foi um sucesso de público. Entretanto, Caetano Veloso não deixaria de dar uma 'forcinha' ao grupo e incluiu 'Todo Amor que Houver nessa Vida' no repertório de seu show, em 1983.
Sangue artístico
Cazuza afirmava que a influência da arte na sua vida era de responsabilidade dos pais. Seu pai, como produtor de músicos, recebia em casa os principais intérpretes da MPB como Gilberto Gil, Caetano Veloso e Elis Regina. Além disso, na coleção de discos de João, Cazuza tomou conhecimento de nomes como Lupicínio Rodrigues, Dolores Duran e Maysa. A influência também vinha por parte da mãe, que chegou a gravar três discos e cantava pela casa 'feito um passarinho', como o cantor dizia.
Para completar sua formação musical já composta pelo samba-canção de Lupicínio e pela tropicália de Caetano, faltava apenas um toque de blues, vindo de sua admiração por Janis Joplin, cuja música ele foi conhecer aos 14 anos. Estava formado o caldeirão miscigenado que seria a poesia e obra de Cazuza.
Egocentrismo de filho único
O Barão Vermelho começou a fazer sucesso com o grande público ao compor a música 'Bete Balanço', tema do filme homônimo de Cacá Diegues, em 1984. Com o terceiro trabalho da banda, Maior Abandonado (no qual adicionaram 'Bete Balanço' para ajudar na comercialização), eles conquistaram o disco de ouro ao atingir a marca de 100 mil cópias vendidas.
Entretanto, nem isso nem o sucesso das apresentações do Barão Vermelho no 1º Rock in Rio diminuíram as discussões entre o grupo. Cansados da notoriedade de Cazuza, os quatro integrantes do Barão propuseram um plano de democratização: todos teriam a oportunidade de cantar e as parcerias se tornariam abertas. O egocentrismo e a vontade de seguir carreira-solo falaram mais alto e, em 1985, Cazuza deixava a banda.
Exagerado
O álbum que marca o início de sua carreira-solo é Exagerado, cujo rock de mesmo nome se torna marca registrada do cantor. Outro sucesso desse primeiro trabalho individual foi a balada 'Codinome Beija-flor'. Nesse período se consolida a composição de músicas entre Cazuza e parceiros como o amigo Frejat e Ezequiel Neves, co-produtor dos tempos de Barão e antigo companheiro.
Os próximos trabalhos (Só Se For a Dois, Ideologia, Cazuza - O Tempo Não Pára e Burguesia) foram sucesso também, lançando composições como 'O Nosso Amor a Gente Inventa (Estória Romântica), 'Brasil' e 'Ideologia', citando apenas algumas. Os shows ficaram mais elaborados, com grandes produções de cenário e iluminação, o cantor assumia uma postura mais contida, priorizando a extensão técnica de sua voz, o público lotava as apresentações e a crítica elogiava seu trabalho. Em apenas quatro anos de carreira-solo, Cazuza conseguiu gravar cinco discos.
''Eu vi a cara da morte e ela estava viva''
Cazuza encarou a Aids com coragem e abertamente, num período em que as pessoas pouco sabiam sobre a doença e seus meios de transmissão. A primeira vez que foi internado, em decorrência de doenças oportunistas causadas pelo vírus HIV, foi em 1985. Mesmo tendo feito um exame no qual o resultado deu negativo, o cantor já era soropositivo.
Só em 1987 o diagnóstico foi confirmado. A notícia foi recebida com desespero por Cazuza e seus pais e eles tentaram todos os tratamentos possíveis. Foram a Boston, nos Estados Unidos, onde permaneceram por dois meses. Cazuza se submeteu a tratamentos com AZT, que o fizeram perder cabelo e peso. Na volta ao Brasil, sua vontade de compor se expandiu. Freneticamente, Cazuza compunha uma música atrás da outra.
Mas a doença propiciou outras recaídas e o cantor emagrecia visivelmente. Em 1989, Cazuza assumiu publicamente ser portador do vírus HIV e provocou um baque nacional, uma vez que era a primeira personalidade do país a admitir sua condição. O cantor participou, ainda, de campanhas de conscientização sobre a Aids e seus efeitos.
Cazuza não se entregou à doença e parecia querer aproveitar intensamente cada momento de sua vida artística. Não abriu mão, também, dos poucos prazeres que lhe restavam, como a dose de uísque constante. No mesmo ano de 89, insistiu em continuar os shows ao vivo e gravou seu último disco deitado nos sofás da gravadora Polygram, o álbum duplo Burguesia.
Em 7 de julho de 1990, vítima de uma pneumonia, Cazuza morreu aos 32 anos, no Rio de Janeiro, e foi enterrado no cemitério São João Batista, ao lado de grandes nomes da música brasileira como Carmen Miranda, Ary Barroso e Clara Nunes.
Vida imersa na arte
A obra de Cazuza não consegue ser dissociada de sua vida e do modo como agia. O estímulo para a sua criatividade nada mais era o que se passava ao seu redor: sua realidade estampada nua e cruamente, seu cotidiano desregrado e regado a altas doses de uísque e drogas, além de sua bissexualidade assumida. Não tinha medo de parecer brega, uma vez que o assunto preferido de suas composições era o amor e seu paralelo contraponto, o desamor.
CURIOSIDADES
- As influências literárias de Cazuza, que o inspiraram em muitas composições, eram Clarice Lispector, Kerouac e Nelson Rodrigues.
- Cazuza conquistou dois prêmios Sharp em 1988: um como melhor cantor pop-rock e outro como melhor música pop-rock pela canção 'Eu Preciso Dizer que Te Amo'.
- A inspiração da música 'Codinome Beija-flor' surgiu quando o cantor esteve internado, em julho de 1985. Beija-flores apareciam na janela do quarto do hospital onde estava.
- Cazuza sofreu muito com a perda da avó Maria e, para ela, escreveu a canção 'Poema', que só teve os arranjos prontos após a morte do cantor. Ney Matogrosso gravou a música.
- O show Ideologia foi dirigido por Ney Matogrosso e, de tanto sucesso, se transformou em programa na Rede Globo, além de virar um disco – Cazuza ao Vivo - O Tempo Não Pára –, que vendeu mais de 560 mil cópias.
- Ney Matogrosso admitiu no programa Fantástico, da Rede Globo, em 2003, que teve um relacionamento amoroso com Cazuza e que ele foi o grande amor de sua vida.
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Comentários
Orientadora de Carreira Franciane Torres
há 7 anos #1
Eu não poderia deixar passar uma homenagem a este grande poeta neste dia. Ele, junto a outros artistas, revolucionou a música brasileira. Cazuza merece todas as homenagens. Muito obrigada, Luciano Carmo, pelo comentário