A Indústria do Coaching

O artigo de Claudia Gasparini de 30 de maio de 2017 da sessão Carreira da revista Você S/A, traz, ao meu ver, dois temas bastante controversos: Autoajuda e Coaching.

No artigo o professor da Universidade de Aalborg na Dinamarca Svend Brinkmann diz que para ter sucesso você deve esquecer a autoajuda e demitir o seu coach. Primeira questão que me vem a cabeça é o que coach tem a ver com autoajuda? Depois, ele afirma que autoajuda só contribui para reforçar o problema que ela própria diz combater: a infelicidade causada pelo individualismo e pelo desinteresse em soluções coletivas. Aqui fica a segunda questão: autoajuda = individualismo e desinteresse em soluções coletivas?

De qualquer forma, eu não tratarei do tema autoajuda no meu artigo dessa semana. Quero focar na questão do coaching. No dia 17 de abril de 2017 eu publiquei um artigo mencionando 12 Regras para Contratar um Coach. Esse é um tema que me preocupa muito. Principalmente pelo fato que existem dezenas de entidades certificadoras de coaches, mas poucas são realmente sérias. A maioria vende diplomas para profissionais sem gabarito. Cursos sérios são realizados por professores preparados, em salas com no máximo 20 alunos. Levam semanas e incluem conferências, leitura, lição de casa e atendimento supervisionado.

Profissionais desqualificados trazem uma imagem negativa para uma ferramenta valiosa e que realmente gera resultados positivos e comprovados para a pessoa que está contratando. O problema maior é que o cidadão comum tem dificuldade em avaliar um coach. Acreditam nas ofertas disponibilizadas na internet e as vezes chamam qualquer tipo de treinamento de coaching, o que é uma distorção séria da atividade em si.

Por esse motivo chamo o artigo de hoje de A Indústria do Coaching. Até porque me preocupa profundamente o fato de ler no mesmo artigo dois assuntos tão conflitantes. Autoajuda é autoajuda, sem nenhuma relação com um programa estruturado de Caoching.

Claro que o artigo serviu como provocação e muita preocupação para Coaches profissionais, que levam o trabalho a sério e que realmente geram resultados para seus clientes.

Seguramente este é um tema que deve voltar a pauta pela sua complexidade e gostaria de colocar-me a disposição para mediar uma discussão e dar o valor necessário ao profissional Coach e ao processo em sí.

Joao Reganassi

Coach Executivo e Sócio da JRH consultores associados