Sem o errado não estaria certo

Diante um deserto, seria mais um perdido em meio uma gama de possibilidades da vida vasta na extensa imensidão de um horizonte, sem ter pra onde ir, sem ter muito o que fazer, sem ter direção, o nada como uma folha em branco. Eremita de idéias como uma máquina fantástica deixada na areia poderia no qual resta apenas dua prováveis possibilidades, o ir ou afogar, assim como o nascer e o morrer das dualidades deixadas pra nós simples seres do nascer e morrer ao amanhecer e ao anoitecer do sol entre luzes e escuridões. A paisagem de terreno foi dado, as pernas e o cérebro também, a máquina construída pelo divino com todas as habilidades dos deuses. 

Resta a dúvida como condição, a ponte entre o acerto e o erro nos pés dos seres humanos, de resto fica as tentativas e os sonhos a mergulhar entre dunas e paisagens afrodisíacas do deserto, a decifrar todos as respostas conforme os acertos no qual a própria sobrevivência decide o que fica para trás e o que prosseguirá. Diante tantas e tantas tentativas vamos moldando nossa tela, entre pinceladas de tintas, traços arriscados e sinuosos, entre variações de humor, temos nossa máquina de inspiração, o quadro com o tempo vai tomando forma com as diretrizes dos dias e os choros da noite, com a euforia dos pássaros e a melancolia ociosa do deserto, tudo inspira.

A obra vai tomando forma entre pinceladas de tinta na tela vazia, pois sem as tentativas e o erro não encontraríamos a condução do que moderadamente acharíamos ser correto ou o que de certo funciona, o que prossegue no deserto a continuar a jornada da vida e o que se afoga a ficar, até chegar a conclusão de todas as reações sobre a tela. Assim a tentar... o dias são como pinceladas numa tela em branco, cheia de tentativas, borrões, sombras e luzes a culminar na obra de arte.