ACIDENTES COM MÁQUINAS E A NR 12

* Esse artigo foi escrito para ser publicado no Jornal A Tribuna Regional de Brusque no ano de 2014. De lá para cá a NR 12 foi mutilada diversas vezes, mas felizmente ela continua em vigor.

                                                           Imagem: http://www.guilhotinasguarani.com.br/nr12.html

        A entrevista concedida ao jornal A tribuna Regional de Brusque, edição número 879 de 2014 mostra uma vítima de acidente com uma máquina de cortar trato. Apesar dela  mostrar muita disposição, ter encarado a vida de frente sem medo e aparentemente não ter sofrido problemas psicológicos com a tragédia, ela teve de passar a vida sem os dois membros superiores, dificultando imensamente as suas atividades diária. Em sua época (anos 40) as máquinas ainda eram feitas para o trabalhador se adaptar a elas e não elas adaptadas ao trabalhador.

         Números crescentes de tragédias similares que estavam vitimando os trabalhadores, fizeram com que a NR 12 fosse alterada. “Está em vigor desde dezembro de 2010 a normativa regulamentadora NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos, reformulada com o foco de reduzir os acidentes com trabalhadores e usuários que operam máquinas industriais. A norma traz informações e conceitos já consagrados em segurança de máquinas, estendendo esta visão desde o projeto até o seu sucateamento”. (CREA, 2013). A NR 12 “define referências técnicas,  princípios fundamentais e medidas de proteção visando garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores.”

           Com a simples alteração da NR 12 foram solucionado vários problemas de segurança e as máquinas passaram a ser montadas com segurança, fazendo com que fossem instalados diversos dispositivos de segurança e a máquinas ao ser aberto algum compartimento que tivessem peças móveis, simplesmente parassem de funcionar, evitando acidentes mutiladores ou até fatais.

           Mas ainda existem máquinas obsoletas em operação que não estão totalmente adequadas a NR 12 e os trabalhadores que as operam ficam vulneráveis e podem a qualquer momento sofrer um acidente que poderá mutilar ou até matá-los. Muitas destas máquinas vulnerável já foram readaptadas e estão operando um pouco mais seguras com algumas proteções em suas partes móveis.  

           Mesmo com a aprovação da NR 12 e com todo o benefício que a mesma proporcionou aos trabalhadores há quem seja contra as adaptações das máquinas e quando menos se espera algum político entra com um projeto de lei para sustar a NR 12, alegando que as empresas estão  gastando muito dinheiro com as adequações necessárias ou a compra de novas máquinas ficará mais cara, devido a implantação de todos os dispositivos de seguranças adicionais, que deverão ser instalados para obedecer a NR 12.

          Até concordo em partes com tais argumentos, mas poderemos parar e pensar um pouco: 

Quanto vale uma vida humana? Um profissional treinado? O tempo parado das máquinas para socorrer um acidentado? O transtorno de um acidente dentro de uma empresa? Perda material e humana? A imagem da empresa? As adequações exigidas pela NR 12 não são nada diante das perdas que seguem um acidente de trabalho e do tempo que a empresa ou a linha de produção ficará parada até que chegue o socorro e remova o acidentado do lugar.

           Estamos falando somente de acidentes que acontecem com máquinas que não estão ou não foram adequadas à NR 12, mas não são somente estes acidentes que acontecem em todos os cantos do Brasil. Apesar de todas as NRs que estão em vigor ainda temos números de acidentes alarmantes com grandes perdas humana. Segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho, 2013) “a cada 15 segundos um trabalhador morre de acidentes ou doenças relacionados ao trabalho e nos mesmos 15 segundos, 115 trabalhadores sofrem um acidente de cunho laboral, em todo o mundo.”

           No estado de Santa Catarina segundo pesquisa realizada a pedido Ministério Público do Trabalho feita por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade do Vale do Itajaí (Univali),”setores de comércio varejista, frigoríficos e confecções entre os anos de 2005 a 2011 tivemos 72.549 afastamentos por doenças do trabalho, sendo que o estado ficou com a média de 48% sendo a mesma maior que a média nacional.”

Dia 28 de Abril é o dia que lembramos as vítimas de acidentes de trabalho e muitos destes acidentes poderiam ter sido evitados e muitas dessas vítimas fatais poderiam estar vivas!

Pense nisso!!!!!          

Para saber mais:

Disponível em:

http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/economia/noticia/2013/12…

Acesso em: 30/03/2014

Jornal A tribuna Regionl de Brusque. Entrevista da semana. Ed.879,ano 18. Brusque -SC. 

Disponível em:

http://www.crea-sc.org.br/portal/index.php?cmd=artigos-detalhe&id=2661#.U1qF1PldWWY

Acesso em: 30/03/2014

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